Lançado pelo Ministério da Saúde na última quinta-feira (14), o aplicativo TrateCOV vem causando estranhamento entre médicos e profissionais da saúde, por recomendar tratamento a base de medicamentos não comprovados cientificamente para o combate à Covid-19.
Criado com o intuito de agilizar o trabalho dos médicos e profissionais da área, o aplicativo começou a ser testado em Manaus (AM), e caso funcionasse bem seria disponibilizado para uso em todo território nacional. O problema é que médicos já pedem a suspensão do funcionamento, pois ao acessarem o aplicativo e preencherem o formulário, perceberam que o sistema disponibiliza em boa parte dos casos a mesma receita com medicamentos do tão polêmico “tratamento precoce”.
Tela do aplicativo TratCOV - Reprodução
Para o Ministério, a prescrição realizada pelo aplicativo está correta, e pode variar de acordo com os dados preenchidos no formulário, só que médicos e até não profissionais da área provaram que a afirmação da pasta está incorreta, pois ao aplicarem dados neutros em simulações realizadas na plataforma, a recomendação medicamentosa tem sido a mesma para quase todos os casos.
A exposição da falha gerou revolta nas redes sociais e diversas pessoas criaram perfis para confirmar o erro do sistema.
O deputado federal Marcelo Freixo (Psol-RJ), solicitou que o aplicativo fosse removido urgentemente. Freixo disse em post no seu Twitter que “Pazuello tem que responder por crime contra saúde pública”, e afirmou também que “está acionando a Justiça Federal para tirar o aplicativo TrateCOV do ar, que está sendo usado ilegalmente para estimular o uso de cloroquina, inclusive em casos cujos sintomas descritos são de ressaca”.
Deputado Federal Marcelo Freixo em seu Twitter
O kit-Covid já teve a sua ineficácia comprovada diversas vezes em estudos publicados por revistas científicas, mas o governo federal continua tentando gastar os 400 mil comprimidos, que estão parados no laboratório do Exército, a todo custo.
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